Borboleta-Folha
Sou uma
borboleta-folha cheia de surpresa
Porque
conheço segredos da camuflagem
No jardim
lotado sou uma real princesa
Virando
folha seca em uma paisagem
Quando fecho
as asas viro uma folha escura
Mas quando
abro as asas fico toda listrada
Para o poeta
escrever uma frase com ternura
Nestas
minhas linhas com o lápis da amada
No pomar,
fecho minhas asas e viro folha marrom
Pois a
discrição é a arma contra os pássaros predadores
Quando estou
no jardim abro minhas asas com som
Para beijar
e abraçar as minhas doces amigas flores
Agora, pegue
um papel e uma caneta
Para anotar
meus conselhos de borboleta
Que
sobrevive, no pomar, mesmo sendo xereta
Espalhado,
pelo ar, perfume de violeta:
Só devemos
abrir as asas quando temos confiança
Perto de
nossos amigos desde a tenra infância
Precisamos
fechar as asas diante do perigo
Pois a
timidez, às vezes, é o melhor abrigo.
Luciana do
Rocio Mallon
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