Biscoito
Redondo e Pintinhos de Galinha
Meu nome é
Luciana do Rocio, sou professora e gostaria de relatar um fato interessante com
relação à sala de aula. Na parte de Ciências Biológicas chegou a vez de falar
sobre Aids, Doenças Sexualmente Transmissíveis e Autoestima para os adolescentes.
Por isto, pesquisei em vários livros sobre o assunto. Apenas fiquei em dúvida
de como relacionar Aids e DSTs com a questão da autoestima até que numa revista,
sobre Educação, encontrei a experiência de uma professora americana em que ela
pegava uma bolacha redonda e pedia para cada aluno morder e passar para a
frente. No final o resto da turma não queria morder e este era o momento em que
a mestra perguntava:
- Quem vai
querer algo que foi mordido por todo mundo e passado de mão em mão?
Confesso,
que na época, não vi relação nenhuma deste exercício com a autoestima. Porém,
mesmo assim, resolvi experimenta-lo em sala de aula.
Depois de
explicar como evitamos Aids e DSTs mostrei uma bolacha, pedi para que cada
aluno mordesse e passasse para frente. Assim, um tentava pegar o lado que
ninguém tinha comido. No final, ninguém queria morder mais nada e todos faziam
uma cara de nojo para o biscoito. Deste jeito usei a mesma frase da outra
professora americana:
- Quem vai
querer algo que foi mordido por todo mundo e passado de mão em mão?
- A vida é
assim: a pessoa nunca deve ter comportamento vulgar, pois perde valor perante a
sociedade.
Porém, uma
aluna levantou o dedo e comentou:
- Coitada da
bolacha, foi mordida por todo mundo e acabou sendo discriminada.
- Poxa, isto
é preconceito!
- Mas, se
uma pessoa tiver em estado urgente de fome, avistar esta bolacha caída no chão,
ela vai olhar para os lados e acabará comendo o biscoito, às escondidas, longe de
todos.
Confesso,
que depois desta reflexão, fiquei com a cara no chão.
Porém
situação curiosa mesmo foi a que aconteceu com outra colega professora. Pois
para evitar a gravidez na adolescência, em sua escola, a diretora fez uma
parceira com uma granja, que cedeu pintinhos para um experimento: cada
adolescente deveria levar o bicho para casa e cuida-lo por quinze dias. Após
este período cada estudante falaria sobre o resultado à mestra e aos demais
colegas. Então, uma aluna disse:
-
Professora, o pintinho quase morreu afogado dentro da calça da minha irmã de
cinco anos.
A mestra
perguntou:
- Por que?
A estudante
explicou:
- Porque
Rute, minha irmã de cinco anos, colocou o pintinho dentro da calça dela.
Assim minha
mãe perguntou:
- Por que
colocou a ave dentro da roupa?
Rute
respondeu:
- Porque a
senhora disse que os meninos tem pintinhos por baixo da calça. Por isto,
gostaria de saber qual é a sensação de ser a dona de um pintinho escondido
dentro da calça.
- Depois
minha mãe brigou com ela. Ainda bem que o bicho saiu vivo de dentro da roupa.
Pois é, a
Educação Sexual é um assunto importante para ser tratado na matéria de Ciências
Biológicas. Porém merece delicadeza e muito estudo por parte dos professores.
Luciana do
Rocio Mallon
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