sábado, 27 de agosto de 2016

A Louça da Poesia

A Louça da Poesia
Sou a louça, mas quando estou suja e imunda
Sirvo de desculpa para quem não tem argumento
Gritando de uma forma triste e nada profunda:
- Vá lavar uma louça, neste exato momento!

Sou uma louça que nunca fica vazia
Porque sempre guardo uma surpresa
Afinal sou a secreta louça da Poesia
Que serve o mendigo e até a princesa

Transformo-me num tradicional prato de porcelana
Quando alguém deseja saciar a fome de conhecimento
Fui pintado por uma sábia e antiga cigana
Com mensagens de otimismo com sentimento!

Há pessoas que comem em meu fundo
Depois, com ódio, cospem em cima de mim
Elas não sabem o que é ter algo profundo
Por isto praticam a ingratidão ruim!

Sou o garfo de prata que vira colher
Quando surge uma sopa de letras pequenas
Como prato formo o rosto de uma mulher
Deixando a sopa com estrelas serenas
Do jeito que o poeta sonha e quer!

Sou a famosa xícara do café da manhã
Desejo mais do que um simples “bom dia”
Abraço o doce chocolate quente com hortelã
Porque em mim está escrito uma Poesia!

Sou uma louça que nunca fica vazia
Porque sempre guardo uma surpresa
Afinal sou a secreta louça da Poesia
Que serve o mendigo e até a princesa

Quando sou lavada com lágrimas de donzela
Transformo-me num cristal transparente
Mostrando o arco-íris de uma rima bela
Atrás de um verso livre inocente.
Luciana do Rocio Mallon





Nenhum comentário:

Postar um comentário