A Louça da
Poesia
Sou a louça,
mas quando estou suja e imunda
Sirvo de
desculpa para quem não tem argumento
Gritando de
uma forma triste e nada profunda:
- Vá lavar
uma louça, neste exato momento!
Sou uma
louça que nunca fica vazia
Porque
sempre guardo uma surpresa
Afinal sou a
secreta louça da Poesia
Que serve o
mendigo e até a princesa
Transformo-me
num tradicional prato de porcelana
Quando
alguém deseja saciar a fome de conhecimento
Fui pintado
por uma sábia e antiga cigana
Com
mensagens de otimismo com sentimento!
Há pessoas
que comem em meu fundo
Depois, com
ódio, cospem em cima de mim
Elas não
sabem o que é ter algo profundo
Por isto
praticam a ingratidão ruim!
Sou o garfo
de prata que vira colher
Quando surge
uma sopa de letras pequenas
Como prato
formo o rosto de uma mulher
Deixando a
sopa com estrelas serenas
Do jeito que
o poeta sonha e quer!
Sou a famosa
xícara do café da manhã
Desejo mais
do que um simples “bom dia”
Abraço o
doce chocolate quente com hortelã
Porque em
mim está escrito uma Poesia!
Sou uma
louça que nunca fica vazia
Porque
sempre guardo uma surpresa
Afinal sou a
secreta louça da Poesia
Que serve o
mendigo e até a princesa
Quando sou
lavada com lágrimas de donzela
Transformo-me
num cristal transparente
Mostrando o
arco-íris de uma rima bela
Atrás de um
verso livre inocente.
Luciana do
Rocio Mallon
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