quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Linguagem Neutra

 

Linguagem Neutra

Meu nome é Luciana do Rocio Mallon, sou professora de Redação e hoje recebi a seguinte pergunta:

- Você é contra ou a favor da linguagem neutra?

Realmente é difícil responder a essa pergunta porque um dos problemas da linguagem neutra é o fato dela ser redundante.

Por exemplo, dizer: todos, todas e todes é redundante. Pois a palavra “todos” já inclui todos.

Outro problema é o fato dela ser confusa. Por exemplo a palavra café é masculina e termina em “é”.

Como seria possível usar a linguagem neutra na palavra café?

A língua é viva e está sempre em modificação. Mas isso é um processo que acontece naturalmente e não por imposições.

No latim existia o pronome neutro que no final tinha a palavra “u”. Mas ele era usado para designar animais ou objetos. Então quando o Latim passou para o Português o pronome neutro foi abolido com o objetivo de facilitar a linguagem e foi a atitude do povo que facilitou isso. Pois chegou a um ponto onde a população não estava mais usando a linguagem neutra.

Se a linguagem neutra fosse imposta, outras minorias ficariam prejudicadas. Pois pessoas com: dislexia, deficiência auditiva e deficiência visual teriam dificuldades com a adaptação. Pois seria necessário uma linguagem neutra em braile e também na comunicação por sinais.

Mas se a população adotar a linguagem neutra de uma forma natural, a situação muda de figura. Porém já foi constatado que grande parte da população não sente vontade de usar.

Compreendo que muitos ativistas afirmam que a Língua Portuguesa é machista. Por exemplo: o plural “médicas” se refere às doutoras do gênero feminino. Já o plural “médicos” se refere tanto aos médicos homens quanto às médicas mulheres. Na minha época, de primário, no livro de Ciências, estava escrito:

- O homem é um animal racional.

Desse jeito, eu perguntei para a professora:

- A mulher também é um animal racional, né?

Daí ela respondeu:

- Aqui a palavra homem equivale a ser humano.

Dessa forma, lembro que risquei a palavra “homem” e coloquei “ser humano” no lugar.

Isso significa que desde criança eu compreendo a questão da Língua Portuguesa ter traços machistas.

Mas não é impondo um pronome neutro que iremos mudar isso.

Já basta a Nova Reforma Ortográfica que até hoje não foi bem aceita. Porém uso porque gosto de escrever corretamente.

Dessa maneira, ao conhecer uma pessoa, o correto é perguntar com qual pronome que ela gostaria de ser tratada. Se ela preferir o neutro, então é possível usar esse pronome sem problema nenhum.

Mesmo assim, não recomento usar o pronome neutro em redações e nem em concursos públicos.

Deixo bem claro que faço parte do grupo, LGBTA, pois minha orientação é ace. Portanto meus argumentos não foram baseados em preconceitos.

E você?

É contra ou a favor da linguagem neutra?

Por favor, escreva sua opinião na parte de comentários.

Luciana do Rocio Mallon

#linguagemgemneutra



Um comentário:

  1. Esse foi o melhor texto que li sobre tal assunto. Eu entendo que algumas pessoas se sentem representadas pela língua neutra, mas eu, particularmente, não gosto, mas respeito.

    ResponderExcluir