Lenda do Anjo Idoso, do Edifício Paulinas, de Curitiba
Em 1979, Tati tinha cinco anos de idade e sua mãe vivia dizendo:
- Quando chove é porque os anjos estão lavando o céu.
No seu caminho para o jardim da infância, a menina passava por um edifício apelidado de Paulinas que era o nome da livraria que ficava no térreo.
Num dia nublado, Tati estava passado em frente a este prédio quando, de repente, uma vassoura caiu em sua frente. Logo ela pensou:
- Deve ser o material dos querubins que logo lavarão o Paraíso.
Numa outra tarde de garoa, Tati estava passando pelo mesmo local. Quando, como um raio, caiu um balde com água perto das suas costas. Assim ela exclamou:
- Nossa!
- Estes querubins trabalham mesmo!
No mês seguinte, ela olhou para dentro daquele prédio e viu uma idosa vestida de anjo. Assim perguntou:
- A senhora é o anjo que lava o céu e derruba o material de limpeza de vez em quando?
No mesmo instante, uma jovem surgiu e disse:
- Esta é Ariel, minha mãe que tem Mal de Alzheimer.
- Ela vive jogando objetos pela janela e hoje tentou fugir de casa com a roupa do coral de Natal. Aliás, data que falta três meses para chegar!
Porém o encanto que tomava conta da mente de Tati não acabou.
Três meses se passaram. Então a menina estava andando em frente ao mesmo edifício quando, de repente, penas de asas caíram em sua cabeça.
A garota curiosa entrou na portaria e perguntou ao porteiro:
- Por favor, gostaria de saber:
- Como vai a Dona Ariel?
O homem respondeu:
- Infelizmente, ela faleceu esta madrugada e seu corpo está sendo velado no sétimo andar. Talvez tenha virado anjo já que ela gostava de se vestir de querubim natalino e sair assim pelas ruas do Centro.
Reza a lenda que sempre, em dezembro, as pessoas que passam na frente deste edifício sentem penas de anjo caindo em suas cabeças.
Luciana do Rocio Mallon
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