Meia-Noite é Cedo, Mas Duas da Manhã é Tarde Demais
Você quer que eu suma e vá embora
Porém meia-noite é muito cedo
Não desejo fazer hora
De enrolar, eu tenho medo
A indiferença deixa as mãos frias
Mas preciso de mãos quentes
Que criam poemas e poesias
Doando calor aos ausentes
Eu tenho responsabilidade
Nunca atraso nos compromissos
Mas preciso de solidariedade
De seres que não são omissos
Meia-noite é cedo para partir
Pois eu não sou Cinderela
Sou Adormecida sem elixir
Não sou recatada e nem bela
O relógio rígido da vida eterna
Não deixa que eu chegue às duas da manhã
Não sou uma princesa fraterna
Com hálito perfumado de hortelã
Meia-Noite é cedo para uma despedida
Mas, duas da manhã é tarde demais
Não sou uma baladeira, nem uma flor perdida
Eu só quero sair num momento de paz.
Luciana do Rocio Mallon
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