Meu Primeiro Sarau
Um certo dia, quando eu tinha 5 anos de idade, estava me
recuperando de uma doença em casa. Mesmo assim, com um pouco de dor de barriga
e de cabeça, fui levada para passar um final de semana na casa de uma tia-avó.
Então entrei em sua residência e fui olhar gibis na sala.
Quando, de repente, minha tia-avó perguntou:
- Quer ir a um sarau em Campo Largo?
Então pensei em silêncio:
- Sarau?
- O que será isto?!
- Acho que já sei:
- Deve ser um lugar onde farão um ritual para eu sarar.
Afinal, a palavra sarau lembra sarar.
- Da última vez que sai com esta parenta, ela me levou a uma
tal de “curandeira” que me benzeu com a intenção de tirar bichas do meu
estômago.
- Eu acho que ela percebeu que eu estou com um pouco de dor
e por isto deseja me levar a este tal de sarau.
Após este me rápido pensamento, eu respondi:
- Sim.
Desta maneira, entrei no carro e quando chegamos ao lugar,
fiquei encantada com tudo que vi: músicos, bailarinas e poetas.
As melodiosas palavras entraram em mim, invadiram o meu
corpo e suas energias curaram a minha dor.
Assim quando voltamos a casa desta minha tia-avó, ela me
perguntou:
- Gostou do sarau?
Respondi deste jeito:
- Sim, pois antes eu estava com um pouco de dor de barriga e
de cabeça. Mas a senhora quis me levar a esta sarau para que eu sarasse igual
fez aquele dia da visita à “curandeira”. Aquelas palavras encantadoras das
poesias me curaram.
- Agora toda a vez que eu desejar que meu corpo sare,
pedirei para que alguém me leva a um sarau.
Luciana do Rocio Mallon
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