Lenda da
Ponte Que Liga o Boqueirão ao Sítio Cercado
Na cidade de
Curitiba, do século dezenove, havia duas propriedades vizinhas e um tanto
rivais: a Fazenda do Boqueirão e o Sítio Cercado.
Num domingo
de Primavera, Maria, a filha do capataz da Fazenda do Boqueirão foi à missa
numa igreja próxima. Lá ela avistou, Toninho, filho do guardião do Sítio
Cercado. No final da missa, os dois se olharam, conversaram e passaram a
namorar às escondidas.
Para se
encontrar, diariamente com a amada, Toninho construiu uma ponte sobre um rio
que separava as duas propriedades. Assim ela foi batizada de “ponte que liga o
Boqueirão ao Sítio Cercado”.
Porém, um
dia, o pai da moça pegou o casal junto. Assim ele pediu ajuda a uma bruxa, da
região, para que separasse o casal para sempre em troca de dinheiro. A
feiticeira aceitou o serviço.
Então numa
noite de luar, os namorados foram se encontrar na ponte. De repente, ela caiu
sem motivo aparente e o acidente matou o casal.
Naquele
instante, a bruxa que observava tudo começou a rir escandalosamente. Por isto,
o pai da moça, ao escutar o escândalo, aproximou-se da ponte e vendo sua filha
morta, naquele mesmo instante, esfaqueou a bruxa e jogou o corpo no rio.
Anos depois,
já no século vinte, nos anos setenta, a ponte foi reconstruída no mesmo lugar. Boqueirão
e Sítio Cercado transformaram-se em bairros. Naquela época havia uma garota,
chamada Tati, que morava no Sítio Cercado. Mas que era perseguida pelo padrasto.
Numa noite, sua mãe saiu de casa e o homem tentou agredir a garota. Então a
menina correu e foi parar na metade da ponte. Quando o homem foi pegar a pobre,
apareceu uma moça com roupas do século dezenove. Deste jeito o rapaz perguntou:
- Quem é
você?
A moça
respondeu:
- Sou Maria,
o espírito protetor desta ponte.
Mesmo assim,
o moço tentou se aproximar da criança. Porém não conseguiu ultrapassar o
ectoplasma de Maria, que acabou jogando o homem na água, que gritou:
- Explodirei
esta ponte!
- Ainda jogarei
uma praga:
- Esta ponte
nunca vai parar de pé!
Deste jeito,
o rapaz voltou para casa. Enquanto, Tati e Maria ficaram conversando na ponte.
De repente,
o moço colocou dinamite e explodiu a ponte, com a enteada em cima dela. Mas neste
desastre, ele morreu junto também.
Meses
depois, a população reconstruiu a ponte de madeira e a alma de Tati passou a
proteger a ponte junto com Maria.
Num dia
chuvoso, uma menina chamada Adriana precisou passar por esta ponte. Quando ela
estava no meio, a água subiu demais, ela se agarrou no corrimão e gritou:
- Socorro!
Desta
maneira apareceu uma jovem, com roupas do século dezenove, acompanhada de uma
menina com um vestido florido. Assim elas falaram:
- Somos Tati
e Maria.
- Ajudaremos
você a atravessar a ponte sem se afogar.
Deste jeito,
os espíritos ajudaram Adriana que voltou sã e salva para casa.
Reza a lenda
que por causa da praga do homem mau, esta ponte sempre tem problemas. Porém,
por incrível que pareça, toda a vez que surge alguma situação não planejada
nela, os fantasmas de Maria e Tati sempre aparecem para ajudar.
Luciana do
Rocio Mallon