Lenda da
Idosa do Tricô Que Impediu um Assalto ao Ônibus
Reza a lenda
que, nos anos 90, havia uma idosa solteira que andava por vários ônibus de
Curitiba fazendo crochê. Ela sempre dizia:
“- Quando eu
era moça, meu pai não me deixava passear e nem namorar. Por isto, eu ficava em
casa fazendo tricô. Mesmo assim eu pensava:
- O dia em
que eu ficar velha, andarei por todos os ônibus da cidade e de graça, ainda por
cima!
- Por isto, agora,
ando em várias linhas de ônibus sentada e fazendo crochê.”
Dizem que
esta senhora faleceu, dentro de um coletivo, tricotando. Mas segundo este mito,
o fantasma dela continua andando pelos ônibus da cidade.
Há três anos,
esta idosa estava tricotando dentro de um coletivo. Quando, de repente, um
ladrão apontou o revólver para o cobrador e exclamou:
- Isto é um assalto!
- Passe tudo
o que você tem!
- Depois
tomarei os celulares dos passageiros!
Como o
bandido estava de costas para a velha, ela pegou a agulha de tricô e enfiou no
traseiro dele que, no mesmo instante, caiu no chão e derrubou a arma. Assim os
passageiros imobilizaram o marginal. Porém a anciã sumiu no próprio coletivo,
enquanto uma ambulância resgatava o meliante ferido.
Quando esta
idosa voltou para o céu, um anjo chamou sua atenção:
- A senhora
não deveria ter atacado o marginal!
A anciã
gritou:
- Bandido
bom é bandido morto!
- Na
verdade, acho que nem falecido um marginal seja bom. Pois os ladrões, saem do
purgatório, para encostarem nos vivos na Terra. Por isto, bandido é sempre o
pior tipo de encosto.
- Você se
lembra da novela chamada A Viagem?
- Havia o
espírito de um marginal lá que encostava em todas as personagens do folhetim!
O querubim
falou:
- Eu poderia
mandar a senhora para o Umbral devido a sua resposta. Afinal uma boa alma não
pode pensar que bandido bom é marginal falecido. Mas, como estou tolerante
hoje, a sua pessoa continuará defendendo os ônibus onde seu espírito escolher
passear. Porém, por favor, não mate ninguém.
Luciana do
Rocio Mallon