sexta-feira, 29 de março de 2024

Lendas Sobre Sábado de Aleluia - Parte 2

 

Lendas Sobre Sábado de Aleluia – Parte 2

 

Meu nome é Luciana do Rocio Mallon e sou pesquisadora de lendas.

Hoje recebi as seguintes perguntas:

- Como surgiu a brincadeira de malhar o Judas no Sábado de Aleluia?

- Por que antigamente diziam que as pessoas tinham que retirar o portão no Sábado de Aleluia?

Minhas respostas abaixo:

Ainda na antiga Grécia e também na Roma Antiga, há 3000 anos antes de Cristo, pessoas já faziam rituais com bonecos, com tamanhos humanos, que representavam os bandidos que escapavam das prisões e das punições.

Assim os bonecos eram jogados ao povo que destruía esses brinquedos ferozmente.

Pois naquela época, algumas religiões politeístas acreditavam que as almas dos maus ficavam presas aos bonecos semelhantes a eles. Por isso essa brincadeira, de destruir bonecos semelhantes aos bandidos, era uma espécie de ritual pagão.

Mas na Idade Média, com a chegada do Catolicismo, esses rituais do Paganismo foram substituídos. Assim em vez do povo confeccionar bonecos, representando bandidos que escapavam, surgiu a malhação do Judas no Sábado de Aleluia. Porém os nobres não gostavam dessa brincadeira e naquela época ela ficou restrita às pessoas mais simples.

 No Brasil, a malhação de Judas foi trazida pelos imigrantes portugueses.

Reza a lenda que tem que tirar o portão, de entrada da residência, no Sábado de Aleluia. Pois se alguém pendurar o boneco de Judas nele, esse portão pode abrir as portas do Inferno.

Pois dizem que como São Pedro ficou com as chaves do portão do céu, já Judas Iscariotes virou guardião do portão do Inferno.

Então no Brasil até o século dezenove muitas pessoas cumpriam essa tradição de retirar os portões no Sábado de Aleluia.

Em algumas regiões da Europa Medieval, a mulher casada que tivesse um amante e desejasse viver com ele, deveria fazer o seguinte ritual: fantasiar o amante de Judas na rua e pedir para o marido adivinhar quem era. Se o esposo não conseguisse adivinhar, a mulher poderia se casar com o amante. Porém se o marido adivinhasse, a mulher era queimada na fogueira ou enforcada em praça pública por adultério.

Aliás, existe uma obra teatral de comédia, escrita no século dezenove, muito divertida chamada, Judas em Sábado de Aleluia, do escritor Martins Pena. No enredo, o amante de uma beata se esconde dentro, do boneco de Judas, para não ser pego pelo noivo oficial dela. Assim ele escuta vários segredos de família.

Luciana do Rocio Mallon

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