Entrevista com Célia de Lourdes
Santiago
Campanha: Por um Final de Ano Sem
Acidentes
O final do ano se aproxima com: datas
comemorativas, festas e férias. Mas o problema é que ele sempre vem acompanhado
de acidentes automobilísticos.
Pesquisas confirmam que, desde os anos
70, os meses com mais acidentes automobilísticos são: novembro e dezembro.
Assim, nesse mês de novembro,
voluntários iniciam a campanha:
“Por um Final de Ano Sem Acidentes”
Esse projeto é acompanhado nas redes
sociais pela hashtag: #porumfinaldeanosemacidentes
A campanha também
consiste em profissionais da comunicação ou blogueiros entrevistando pessoas
que sofreram acidentes nessa época e até hoje possuem sequelas doloridas.
Segundo a psicóloga
especialista em trânsito, Cida Silva, “os meses de novembro e dezembro são
repletos de acidentes automobilísticos porque há um clima de festa e euforia.
Pois as pessoas bebem mais e extravasam mais porque, no final do ano, elas têm
uma falsa sensação de missão cumprida. Assim perdem a noção de responsabilidade
no trânsito. Pois, no meses de novembro e dezembro, pessoas irresponsáveis
pensam que têm poderes fantasiosos. Por isso campanhas como essa são essenciais
para diminuir os acidentes no trânsito nessa época.”
Célia de Lourdes Santiago foi vítima
de um acidente automobilístico nos anos 80 e até hoje sofre as sequelas, que
poderemos ver com mais detalhes na entrevista abaixo:
1 – Quando e como aconteceu seu
acidente?
11 de novembro de
1.982 entre as ruas Mal. Deodoro e Conselheiro Laurindo (Curitiba ) por volta
das 23:50 horas. Eu estava indo à rodoviária para viajar de ônibus para
Porecatu ver meus pais ( 11 meses sem vê-los). Eu tinha 20 anos
Estava sentada no
banco carona do fusca. Veio um corcel, no sentido Mal.Deodoro /Santa Cândida,
que bateu no fusca rodopiou e parou. O motorista que estava me levando à
rodoviária acelerou a velocidade pois tinha atravessado sinal vermelho,
passamos entre uma árvore e um poste à frente e só paramos quando ele freou
bruscamente diante de uma enorme valeta na construção de um prédio. Ao meu lado
tinha um posto de combustível.
2 – O que os médicos falaram na hora?
Fui levada ao
Hospital das Clínicas, médico atendeu , tomei injeções e voltei pra casa ...as
pernas muito quentes mas não senti dor.
3 – Por quanto tempo ficou
hospitalizada?
Uma semana após
voltei ao Hospital das Clínicas ...ainda não tinha nada anormal.
4 – Quais as sequelas que ficaram?
Um mês após um
ortopedista do Sus me respondeu com raio x que eu tinha 2 duas fraturas na
bacia mas nada a fazer porque calcificou meio errado e pediu pra eu rezar muito
pra não ter problemas sérios e graves no futuro.
14 anos após o
acidente, em julho de 1996, comecei a
sentir dores fortíssimas no quadril esquerdo e mancar. Consultei com 13
ortopedistas em Curitiba.....nenhum deles sabia o que eu tinha.
Voltei pra Porecatu
e me Consultei com o 14 ⁰ ortopedista mas este era em Londrina..Eu era
portadora de necrose de cabeça de fêmur. Em setembro de 1997 fui operada onde
foi adaptada prótese esquerda.. 12 anos sem dor mas a direita também necrosou
neste tempo...Resultado: 9 cirurgias e ainda não se resolveram os problemas
ortopédicos pois as dores são fortíssimas que tem horas que o chão some. No
momento, estou aguardando mais 2 cirurgias pra novas reconstruções dos quadris.
Fiquei hospitalizada apenas para cirurgias..dependendo da situação, 5
dias a 21 dias mas já fiquei 49 dias internada com fratura na prótese e prótese
solta aguardando vaga pra cirurgia.
5 -
Você conseguiu trabalhar depois, mesmo com seu corpo doente por causa do
acidente?
Após a primeira
cirurgia já não consegui mais trabalhar. Pois passei a sentir dores muito
fortes e também a perna direita estava também necrosando. Então fui aposentada
por invalidez.
6 – Quantos remédios você toma por
dia?
Tomo muitos
remédios...já troquei vários...depende da intensidade da dor. Por isso, gasto muito
com farmácia e exames com nove especialistas.
Minhas cirurgias são feitas pelo Sus. Mas quando tomo remédio para dor
ortopédica, ataca algum outro lugar. Lá vou eu para especialistas e assim a
conta aumenta com tantos gastos.
7 – Quais os problemas de saúde você
tem hoje em decorrência do acidente?
Uso andador desde 2018. Sinto dores fortíssimas
nos quadris. Pois tenho: Bursite trocantérica. Também ciático e tendão inflamados,
artrose no joelho e próteses soltas novamente
Preciso muito de
ajuda com os medicamentos, exames, consultas que muitas vezes têm que ser
rápidas. Tenho faturas de exames pendentes.
8 – Quais os conselhos que você dá
para as pessoas que dirigem?
Eu não tive culpa
do acidente ...então peço aos péssimos motoristas que tenham mais
responsabilidades principalmente com quem carregam em seus carros e se quiserem
se matar, vão sozinhos , não machuquem nem marquem as pessoas com sequelas pois
quando a dor do próximo não nos afeta, os doentes somos nós.
9 – Como as pessoas podem ajudar você?
Fiz a vakinha e
preciso cobrir parcela hoje e não tenho. Se eu tiver 500 amigos pra me doarem
10 reais cada um , que bênção.
Pix:
43 9 96286589
10 – Deixe suas redes sociais e
lugares onde você recebe doações.
Célia de Lourdes Santiago
Pix:
43 9 96286589
Então, vamos participar dessa campanha
para que o trânsito não maltrate mais pessoas como a Célia!
#porumfinaldeanosemacidentes
Matéria escrita por: Luciana do Rocio
Mallon
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