Linguagem
Neutra
Meu
nome é Luciana do Rocio Mallon, sou professora de Redação e hoje recebi a
seguinte pergunta:
-
Você é contra ou a favor da linguagem neutra?
Realmente
é difícil responder a essa pergunta porque um dos problemas da linguagem neutra
é o fato dela ser redundante.
Por
exemplo, dizer: todos, todas e todes é redundante. Pois a palavra “todos” já
inclui todos.
Outro
problema é o fato dela ser confusa. Por exemplo a palavra café é masculina e
termina em “é”.
Como
seria possível usar a linguagem neutra na palavra café?
A
língua é viva e está sempre em modificação. Mas isso é um processo que acontece
naturalmente e não por imposições.
No
latim existia o pronome neutro que no final tinha a palavra “u”. Mas ele era
usado para designar animais ou objetos. Então quando o Latim passou para o
Português o pronome neutro foi abolido com o objetivo de facilitar a linguagem
e foi a atitude do povo que facilitou isso. Pois chegou a um ponto onde a
população não estava mais usando a linguagem neutra.
Se a linguagem
neutra fosse imposta, outras minorias ficariam prejudicadas. Pois pessoas com:
dislexia, deficiência auditiva e deficiência visual teriam dificuldades com a
adaptação. Pois seria necessário uma linguagem neutra em braile e também na
comunicação por sinais.
Mas
se a população adotar a linguagem neutra de uma forma natural, a situação muda
de figura. Porém já foi constatado que grande parte da população não sente vontade
de usar.
Compreendo
que muitos ativistas afirmam que a Língua Portuguesa é machista. Por exemplo: o
plural “médicas” se refere às doutoras do gênero feminino. Já o plural “médicos”
se refere tanto aos médicos homens quanto às médicas mulheres. Na minha época,
de primário, no livro de Ciências, estava escrito:
- O
homem é um animal racional.
Desse
jeito, eu perguntei para a professora:
- A
mulher também é um animal racional, né?
Daí
ela respondeu:
-
Aqui a palavra homem equivale a ser humano.
Dessa
forma, lembro que risquei a palavra “homem” e coloquei “ser humano” no lugar.
Isso significa
que desde criança eu compreendo a questão da Língua Portuguesa ter traços
machistas.
Mas
não é impondo um pronome neutro que iremos mudar isso.
Já
basta a Nova Reforma Ortográfica que até hoje não foi bem aceita. Porém uso
porque gosto de escrever corretamente.
Dessa maneira, ao conhecer uma pessoa, o correto é perguntar
com qual pronome que ela gostaria de ser tratada. Se ela preferir o neutro,
então é possível usar esse pronome sem problema nenhum.
Mesmo assim, não recomento usar o pronome neutro em redações
e nem em concursos públicos.
Deixo
bem claro que faço parte do grupo, LGBTA, pois minha orientação é ace. Portanto
meus argumentos não foram baseados em preconceitos.
E
você?
É
contra ou a favor da linguagem neutra?
Por
favor, escreva sua opinião na parte de comentários.
Luciana
do Rocio Mallon
#linguagemgemneutra
Esse foi o melhor texto que li sobre tal assunto. Eu entendo que algumas pessoas se sentem representadas pela língua neutra, mas eu, particularmente, não gosto, mas respeito.
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