Lenda da Cigana Karine
Há muitos anos, uma caravana de ciganos armou tenda no
Oriente e entre eles havia uma cigana muito bondosa chamada Karine. Esta moça
costumava dividir sua comida com os pobres e fazer remédios com ervas para os
doentes menos favorecidos.
Então naquele mesmo dia, após seu povo armar as tendas, esta
donzela foi passear pelos arredores até que encontrou um lugar onde havia uma aldeia
com pessoas diferentes, pois a cigana viu que elas não tinham alguns pedaços de
suas peles. Deste jeito, ela chegou perto de uma idosa enferma e perguntou-lhe:
- Vocês são de uma tribo diferente que não tem pele?
A senhora respondeu:
- Nós somos leprosos e saia logo
daqui!
A jovem explicou:
- Isto é uma doença?
- Eu sou uma espécie de curandeira e posso consegui a solução
através das plantas.
Deste jeito, a velhinha gritou:
- As pessoas normais desprezam a gente!
- Vá embora!
A cigana foi até o seu acampamento e comentou a situação com
a shuvani, principal curandeira da caravana, que explicou:
- Aquele local chama-se Vale dos Leprosos, por isto você
nunca deveria chegar perto de lá. Afinal, isto é perigoso porque Lepra não tem
cura.
Karine explicou:
- Se eles estão doentes, eu posso pelo menos tentar amenizar
a dor destas pessoas. Pois eu domino vários mecanismos de cura.
Após estas palavras a moça fez remédios à base de ervas e foi
até o Vale dos Leprosos. Lá ela ajudou a amenizar as dores de muitos enfermos,
que foram morrendo aos poucos.
Quando faleceu o último doente, Karine viu uma carroça com
freiras aproximando-se. A mais velha disse:
- Somos irmãs de caridade e costumamos recolher leprosos em
nosso hospital e no convento para que estes enfermos tenham o mínimo de
dignidade.
A moça explicou:
- Infelizmente, o último doente acabou de falecer. Mas eu
gostaria de ajudar neste trabalho.
Desta maneira, a cigana virou freira e adotou o nome de
Karine Lázara, em homenagem ao São Lázaro, santo que dedicou a sua vida para
cuidar dos leprosos.
A Cigana Karine é uma entidade que atende as pessoas que estão
doentes, então como oferenda ela aceita velas e rosas brancas, que devem ser
deixadas ao lado de hospitais.
Luciana do Rocio Mallon
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