domingo, 9 de fevereiro de 2014

Uma Piriguete Me Chamou de Recalcada

Uma Piriguete Me Chamou de Recalcada
         
Estes dias, uma piriguete
Grudenta igual a chiclete
Chamou-me de recalcada
Sem motivos, bem no meio do nada!
                                  
Acredito que ela descontou em mim
O fato da margarida, da rosa e do jasmim
Não terem brotado em seu jardim
Causando uma fúria sem fim!

Não sou recalcada e nem revoltada
Muito menos uma braba frustrada!
Já me acostumei a tropeçar na vida
E a tratar da minha própria ferida!

Sei que existem suaves flores
Sem perfumes se espalhando ao ar!
Há um arco-íris sem sete cores
Mas, que não deixa de brilhar!

Existem árvores sem frutos
Mas, que possuem lutos
Quando querem cortar a raiz
Que deixa a terra mais feliz!

Não sou recalcada, mas ás vezes, sou cal
Se eu olhar para trás, virarei estátua de sal!

Porque sou a doce mistura
De concha com pedra dura
Escondendo a pérola de ternura!

Mas, viro cal com a ação do calor
Na loucura mais pura do amor!
Eu ajudo a fazer uma escultura
Quando a paixão abraça a candura!
Não sou recalcada, para tristeza há cura

Ás vezes sou duas vezes cal
Na construção de um castelo
Eu beijo um tijolo especial
De um jeito sincero e belo!

Estes dias, uma piriguete
Grudenta igual a chiclete
Chamou-me de recalcada
Sem motivos, bem no meio do nada!
                                  
Acredito que ela descontou em mim
O fato da margarida, da rosa e do jasmim
Não terem brotado em seu jardim
Causando uma fúria sem fim.
Luciana do Rocio Mallon



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