quarta-feira, 5 de março de 2025

Lendas Sobre a Música Se Essa Rua Fosse Minha

 

Lendas Sobre a Música Se Essa Rua Fosse Minha

 

Meu nome é Luciana do Rocio Mallon e sou pesquisadora de lendas.

Nos últimos dias, recebi as seguintes mensagens:

- A música, Se Essa Rua Fosse Minha, tem lenda?

- Qual a origem da cantiga, Se Essa Rua Fosse Minha?

Minhas respostas abaixo:

- Antes de responder, eu começo a explicação com outra pergunta:

- Vocês notaram que em toda a novela das seis, a Rede Globo, coloca a música, Se Essa Rua Fosse Minha em alguma cena?

- Curioso, não é mesmo?

Bem, essa canção é cheia de lendas, citarei algumas abaixo:

Lenda Medieval do Anjo Solidão no Bosque Obscuro:

Segundo a professora, Regina Bostulim, reza a lenda que em Portugal medieval, existia o mito de um anjo, chamado Solidão, que morava num bosque obscuro e que pegava crianças que fugiam para o meio do mato e que não queriam dormir. Assim as almas dos pequenos ficavam presos nesse bosque para sempre.

Essa lenda também era muito comum nos Açores.

Então arqueólogos e historiadores acharam os registros de outras canções de ninar daquela época onde o anjo chamado Solidão é citado várias vezes. A relação entre anjo e bosque surgiu no Brasil, no século dezenove, na cantiga de ninar: Se Essa Rua Fosse Minha.

As diferenças são que na versão mais conhecida da canção, o bosque se chama Solidão e o anjo que mora nele roubou o coração do eu lírico do compositor:

Nessa rua Nessa rua tem um bosque Que se chama Que se chama solidão Dentro dele Dentro dele mora um anjo Que roubou Que roubou meu coração”.

Só que na escola eu aprendi, com a professora Susi Oliveira, do maternal, a seguinte versão que não é muito conhecida:

“ Nessa rua, nessa rua tem um anjo que se chama Solidão.”

Aliás essa música também é uma cantiga de roda. Além disso, toda a cantiga de rosa tem origem nas danças circulares sagradas.

As danças circulares eram usadas em rituais para proteção.

Assim a lenda veio até o Brasil através dos imigrantes portugueses.

Lenda da Calçada de Brilhantes:

Segundo arqueólogos e historiadores, no século dezenove quando algum pretendente rico queria impressionar a sua pretendente, geralmente, ele fazia uma calçada decorada que ia da casa da amada até o final de sua rua.

Bem isso tem relação direta com a música, na parte:

Se essa rua Se essa rua fosse minha Eu mandava Eu mandava ladrilhar Com pedrinhas Com pedrinhas de brilhantes Para o meu Para o meu amor passar

Relatos históricos:

Em 1880, o professor, Alfredo Vale Cabral, publicou em 1884 um artigo sobre canções populares da Bahia e nesse texto tinham os versos: “Se essa rua fosse minha / eu mandava ladrilhar / de pedrinhas de brilhante / para o meu amor passar".

Ainda no século dezenove, essa música foi cantada em homenagem à Princesa Isabel.

Nos anos 20, Villa-Lobos fez uma adaptação dessa cantiga para o piano e ficou maravilhosa.

Nos anos 30, Mário Lago e Roberto Martins fizeram uma outra releitura para a canção.

A Canção de Roda Mais Triste Segundo Profissionais de Saúde Mental:

Psicólogos afirmam que, Se Essa Rua Fosse Minha, é a cantiga de roda mais triste. Embora, eu não concorde, farei uma análise literária da letra aqui:

“Se essa rua Se essa rua fosse minha Eu mandava Eu mandava ladrilhar Com pedrinhas Com pedrinhas de brilhantes Para o meu Para o meu amor passar

Na parte acima, o compositor endeusa a pessoa amada. Pois ela é digna de pisar numa rua especial. Mas, no fundo, ele manifesta traços narcisistas porque um dia sonhou em ter uma rua só para ele.

Já no trecho abaixo, fica nítido que o amor não é correspondido porque tem um bosque chamado Solidão e ele trata a pessoa amada como uma entidade onírica, pois ela é um anjo que roubou o coração dele, características típicas do Romantismo do século dezenove:

“Nessa rua Nessa rua tem um bosque Que se chama Que se chama solidão Dentro dele Dentro dele mora um anjo Que roubou Que roubou meu coração.

E você?

Concorda com tudo isso?

Por favor, deixe sua opinião na parte de comentários.

Luciana do Rocio Mallon

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