quarta-feira, 31 de julho de 2024

Os Causos Em Que Quase Apanhei Por ser Jurada de Concurso de Poesia

 

Os Causos Em Que Quase Apanhei Por ser Jurada de Concurso de Poesia

No final dos anos 90 fui convidada para ser jurada, num concurso de Poesia, de um colégio que nem existe mais.

Naquela época eu tinha o cabelo crespo armado e usava óculos de graus com fundos de garrafa.

A dinâmica, da competição, era assim: os alunos declamavam seus textos no palco, enquanto os jurados avaliavam tudo por escrito.

Quando chegou a hora do resultado, a apresentadora anunciou os três finalistas. Mas logo após isso, uma mãe de estudante gritou:

“- Esse concurso é uma farsa!”

Depois apontou para mim e exclamou:

“- Tudo culpa da Aracy de Almeida, ali!”

Assim falei:

“- Poxa é maldade me comparar com a Aracy de Almeida. Pois eu gostaria de ser compara com juradas como: Sônia Lima, Elke Maravilha e Flor. A propósito, sou repentista, por favor, diga uma palavra que falo um poema com a palavra que você escolher, agora.”

Então, comecei a fazer poemas de improviso e a mulher se acalmou.

Algo semelhante aconteceu no começo dos anos 2000. A coordenadora de um colégio famoso entrou em contato pedindo para que eu fosse jurada de um concurso de declamação chamado, Sedução Poética, pois alguns jurados tinham desistido.

Ao ler a expressão, Sedução Poética, pensei que se tratasse de poemas sensuais.

Mas ao assistir o concurso, notei que as apresentações eram de estudantes fantasiados declamando poemas de vários escritores. Dentre os concorrentes tinha uma menina vestida de princesa.

Na hora do resultado a apresentadora revelou os três primeiros lugares. De repente, a mãe da princesa se levantou e exclamou:

“- Isso é injusto!”

“- A roupa da minha filha saiu cara, rasgarei a roupa de vocês!”

Mas quando ela se levantou e veio em minha direção, eu falei:

“- Calma, dona, tudo bem que o concurso se chama, Sedução Poética, mas isso não é motivo para fetiches. Aliás, sou repentista, por favor, diga uma palavra que falo um poema com a palavra que você escolher, agora.”

Dessa maneira, comecei a fazer poemas de improviso e a mulher se acalmou, pediu desculpas depois e me autorizou a contar essa história.

Pelo menos nos últimos anos não fui mais convidada para ser jurada de concursos de poemas ou declamações.

Luciana do Rocio Mallon

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