Sempre Tive
Medo do Amor Que Faz as Rosas Murcharem, Mas Me Arrependi
Tive medo
das paixões que murcham as rosas
Porque elas
são cruéis, perigosas e tortuosas
As flores
murcham, mas suas pétalas se espalham pelo ar
Com o
direito de viverem o real privilégio de amar!
Com medo de
murchar, continuei semente
Com um jeito
puro, meigo e inocente
Mulheres são
coloridas e eternas flores
Mesmo que
murchem sofridas com dores
Algumas
rosas foram esmagadas pelos trilhos
Porém
viveram uma história com sentimento
Algumas
sofreram, choraram e tiveram filhos
Transformaram-se
em pétalas ao ar, apesar do tormento
Tive medo de
sofrer e continuei como uma semente pequena
Quieta no
meu canto, numa batalha dura, que fingia ser serena
Tentei
plantar moedas de ouro e correr atrás do vento
Porém todo
meu esforço não passou de perda de tempo
Nunca senti
o sabor de um beijo de um beija-flor
Nem descobri
o orgasmo do néctar em mel
Nenhuma
tempestade me refrescou no seco calor
No frio
nenhum raio de Sol me livrou da geada cruel
Tive medo
das paixões que murcham as rosas
Por isto
nunca passei de uma simples semente
Não tive
emoções inesquecíveis e maravilhosas
Virei uma
semente podre em um solo doente
Não tenho
como ser plena e feliz
Porque nunca
criarei raiz
Tive medo do
amor que murcha a flor, mas me arrependi
Nunca verei
a transparência das batidas das asas de um colibri.
Luciana do
Rocio Mallon
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