Lenda do Rio Que Passa No Meio da Igreja
Reza a lenda que na época do Brasil-Colônia havia no Litoral
do Paraná, dois seres mágicos que gostavam de assistir às missas: a Iara de
água doce e um boto que veio da Amazônia.
Porém, um certo dia, os fiéis começaram a desconfiar de uma
moça e de um jovem que sempre assistiam às missas, vestidos todos cobertos, no
fundo da igreja.
O padre, que sabia de tudo porque estes seres sempre se
confessavam com ele, resolveu erguer uma capela no meio do mato, onde um rio
passaria no meio dela. Pois nestas águas, a Iara e o Boto teriam a oportunidade
de assistir às missas, em paz. Além disto, estas criaturas poderiam cuidar da
segurança do local, já que existiam muitos saqueadores na época e os guardas
particulares eram muito caros.
Então, o templo com um rio no meio, foi erguido na floresta
e a Iara junto com o Boto passaram a morar lá.
Uma certa noite, saqueadores tentaram roubar esta capela.
Mas, de repente, o boto e a mãe-da-água surgiram. Assim o boto tirou, da cabeça,
o seu chapéu mágico que espalhou raios nos ladrões e a Iara cantou de uma forma
tão desafinada que os ouvidos dos bandidos sangraram. Deste jeito, os marginais
saíram correndo, sem levar nada.
O problema é que anos depois o padre morreu e a capela foi
demolida.
Porém por volta de 2010, por coincidência, num lugar bem
próximo, foi construído um outro templo onde um rio passa no meio. Esta nova
capela é linda e localiza-se na PR- 508, na estrada conhecida como
Alexandra-Matinhos. Alguns fiéis falam que o padre responsável, uma noite,
sonhou com uma passagem da Bíblia sobre um templo onde água corria debaixo da
soleira. Assim, ele acordou inspirado para construir uma igreja parecida. Hoje,
esta capela criativa também faz parte de um projeto que recupera dependentes
químicos.
Luciana do Rocio Mallon
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