terça-feira, 9 de setembro de 2014

Não Adianta Selo do INMETRO em Mercadoria Vencida

Não Adianta Selo do INMETRO em Mercadoria Vencida
                     
Eu tinha um amigo que sonhava em ser ator e modelo. Nós conversávamos sobre Arte o tempo inteiro. Até que um dia ele resolveu apelar: mandou um vídeo nu, com nenhum contexto artístico, para algumas amigas da área cultural. Deste jeito, fiquei indignada e falei que atitude dele não foi profissional porque ele estava usando o corpo, de uma forma errada, para atingir seu objetivo que era fazer sucesso. Porém, no meio da discussão, algumas frases deste moço, me chocaram:
- Pior é sua atitude que é virgem aos quarenta anos e usa esta situação como marketing. Aliás, não adianta selo do INMETRO em mercadoria vencida.
Logo, respondi:                    
- Você está tratando o corpo do ser humano como se fosse um objeto. Além disto, hímen não mede caráter.
- Em vez de falar de selos, acredito que você deveria ter menos orgulho desta sua barriga de tanquinho. Pois, todo o tanque vistoso costuma ter uma torneira pequena.
Após este debate, repleto de baixarias, eu excluí minha amizade com esta criatura. Porém, a frase sobre selo do INMETRO recordou-me da lenda da mulher que trabalhava carimbando carnes no frigorífico:
No começo do século vinte as moças eram obrigadas, pela sociedade hipócrita da época, a se casarem virgens. Naquele tempo existia uma jovem chamada Virgínia, que trabalhava carimbando carnes de um frigorífico. Esta dama tinha sido seduzida pelo seu chefe, que a abandonou depois. Porém, o caso ficou em segredo. Um certo dia, Virgínia aceitou se casar com um vizinho que pensava que ela ainda era donzela. Então, esta jovem ficou desesperada. Por isto, consultou uma sensitiva e explicou a sua situação:
- Vidente, eu menti para meu noivo que ainda era donzela e me casarei amanhã.
- A senhora tem uma magia para eu voltar a ser virgem?
A “curandeira” respondeu:
- Pegue um pedaço fresco de salame e coloque nas partes íntimas antes de terem a primeira relação.
Desta maneira, Virgínia casou-se e antes da lua-de-mel fez o que a sensitiva aconselhou. Mas, na hora “H”, seu marido sentiu algo estranho e falou:
- O que é isto?!
A esposa respondeu:
- Virgindade!
- Nunca viu?!
O rapaz explicou:
- Vi, eu já vi. Mas, com carimbo do frigorífico, nunca.
Reza a lenda que depois disto, Virgínia ficou com tanta vergonha da situação, que colocou seu vestido de noiva e trancou-se na geladeira do frigorífico, onde trabalhava. Então, por causa da baixa temperatura, esta dama faleceu e depois tornou-se assombração. Assim, surgiu a lenda da noiva do frigorífico.
No meu caso, eu nunca tomaria a atitude que Virgínia fez para enganar o amado.
Afinal, não é um selo que determina o caráter de um ser humano. Apenas, sou virgem por opção e não me sinto melhor do que os outros seres humanos por causa disto.
Luciana do Rocio Mallon


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