Apreenderam o Violino da Rua Quinze
Em Curitiba, na Rua Quinze de Novembro
Nas mais doces recordações, eu me lembro
Que havia um homem que tocava violino
De um jeito mágico, suave, leve e fino!
Mas, neste dia dezesseis de setembro
Fiscais furiosos, brabos e muito duros
Penetraram pela Rua Quinze de Novembro
E com mandados cruéis e obscuros
Apreenderam sem nenhum sentimento
O nobre, gentil e clássico instrumento
Daquele meigo e esforçado violinista
Que era uma jóia rara, uma ametista!
Então, bem depressiva ficou a rua
Até a prateada e solidária Lua
Chorou lágrimas de serenos cintilantes
Pela perda das canções brilhantes!
O espírito da Maria do Cavaco
Com o bandolim debaixo do sovaco
Caiu em plena e profunda tristeza
Até a alma da Gilda vestida de princesa
Ficou sem beijos e soltou palavras ao vento:
Tomara que devolvam o nobre instrumento
Ao humilde músico que ficou ao relento.
Luciana do Rocio Mallon
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