sábado, 2 de janeiro de 2021

A Importância das Lendas Para a Cultura(Texto Corrigido)

 

A Importância das Lendas Para a Cultura

Meu nome é Luciana do Rocio Mallon, sou repentista, bailarina, escrevi os livros Lendas Curitibanas I e Lendas Curitibanas II. Porém pesquiso causos populares do mundo inteiro.

O dicionário define Lenda como mitos e causos que são contados de geração em geração. Mas, na realidade, o significado desta palavra vai além desta mera definição.

Eu me interesso por Lendas Urbanas desde os seis anos de idade, pois minha família tem o costume de conta–las para as crianças. Eu não gostava quando liam contos infantis tradicionais, como: Branca de Neve, Cinderella, A Bela Adormecida e Rapunzel. Pois o final era sempre o mesmo: as moças casavam com um príncipe no final. Então, eu perguntava:

- Por que elas se casam sempre com um príncipe do final?

- Por que as heroínas sempre são princesas, se não vivemos numa monarquia?

- Por que existem poucos elementos de suspense nestes contos infantis?

Desta maneira, pedia para as mulheres contarem lendas de suspense. Assim, eu sugeria:

- Quero ouvir contos sobre: Cachorro do Drácula, Saci-Pererê, A Mula-Sem-Cabeça, Maria Bueno, etc.

Aos onze anos, de idade, descobri uma espécie de porão que havia na casa da minha avó materna. Um dia entrei, às escondidas, lá e descobri que meu falecido bisavô Torres estudava os mitos da cidade de Curitiba. O tempo passou e no final dos anos 90 fui trabalhar no comércio. Lá, eu precisava fazer as fichas das freguesas. Deste jeito, eu aproveitava a oportunidade para fazer as seguintes perguntas a toda cliente:

- Seu bairro tem alguma lenda?

- Na sua região há causos de fantasmas?

Deste jeito, eu sempre descobria alguma estória e anotava no meu caderno.

Em 2002, precisei fazer curso de Informática básica, porque o mercado de trabalho exigiu, e a professora descobriu que eu escrevia lendas. Desta forma, ela disse que seria interessante eu colocar os causos num blog gratuito. Então postei meus textos no site Usina de Lendas. Através destes contos, pessoas do mundo inteiro, entraram em contato comigo e contaram causos de suas regiões.

Antigamente as pessoas de uma determinada região possuíam uma autoestima elevada. Pois, naquela época, havia o costume das pessoas se reunirem em torno de uma fogueira prestando atenção na matriarca que contava lendas. Infelizmente, pouco a pouco, esta tradição perdeu-se e é preciso resgata-la de alguma maneira .

No Brasil há muitos bairros e cidades que possuem nomes nas tradições indígenas. Exemplos: Aqui em Curitiba, há um bairro chamado Tatuquara que significa buraco do tatu e sua origem é uma lenda de um índio se transformava em tatu. Também existe um bairro chamado Juvevê, que significa planta do fruto espinhoso, em tupi-guarani, e dizem que surgiu do corpo de uma índia que foi enterrada.

Há uma relação milenar entre Histórias em Quadrinhos e Lendas, pois na época das Cavernas o ser humano observava a natureza e desta observação surgiam estórias, que eles desenhavam nas cavernas, que eram as pinturas rupestres.

Uma característica interessante das lendas mais antigas é que elas se modificam com o passar do tempo. Pois existe um fenômeno chamado, “Telefone Sem Fio”, onde os causos que passam de boca em boca vão se modificando com a interpretação de cada pessoa e se adaptando com as mudanças tecnológicas. Por exemplo: A Lenda da Loira da Carroça de Aluguel onde o fantasma de uma jovem de cabelos dourados, que no século pedia para o cocheiro parar em frente ao cemitério transformou-se na Lenda da Loira do Táxi no século vinte. Pois cocheiros deixaram de existir.

As Lendas são importantes porque: resgatam a autoestima de uma região, incentivam a criatividade, aguçam a imaginação, explicam as origens de muitos lugares, aproximam as pessoas e mexem com o inconsciente coletivo.

Luciana do Rocio Mallon

 

 

 

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