Pequenas Atividades Comerciais da Minha Adolescência
Antes que me ataquem, deixo claro que sou contra o trabalho infantil, principalmente, em fábricas e firmas clandestinas. Mas, aqui, o objetivo do texto é o bom humor. Afinal também sempre achei estranho, crianças trabalharem em novelas onde há cenas sensuais muito ardentes. Porém quando um adolescente deseja fazer pequenos serviços comerciais, por vontade própria, é difícil algo que segure.
Aqui falarei sobre pequenas atividades comerciais na minha adolescência no período em que morei em Brasília.
Aos 13 anos de idade, nas férias, descobri que havia na quadra onde eu morava, 113 – Norte, uma senhora que vendia geladinho, uma espécie de picolé que vinha numa embalagem plástica parecida com camisinha. Então me falaram que ela pagava dez por cento das vendas para quem pegasse o isopor e vendesse seus picolés na rua.
Assim procurei esta senhora, nas férias, sem a minha família saber. Deste jeito, eu andava pelas ruas e quadras gritando com minha voz de taquara rachada:
- Geladinho, geladim!
- Tem para você é tem para mim!
- É muito gostoso, sim!
Algumas pessoas chegaram a falar:
- Se eu comprar este picolé, você fica quieta?!
- Comprarei um só para se livrar da sua voz!
Mas eu dizia:
- Obrigada!
- Mas como sou repentista, posso fazer uma poesia que a palavra que você escolher também.
Geralmente a resposta era não e até hoje não sei o porquê.
Depois, quando as aulas voltaram, descobri que tinha uma senhora que trazia produtos do Paraguai e pagava comissão para as meninas que desejassem vender nas escolas. Então não perdi tempo e aceitei a parceria. Assim passei a oferecer produtos na escola como os saudosos: batom verde, desodorante de creme Novetex, penal em forma de lápis, doutorzinho rosa, etc.
Como ainda aos 13 anos, estava na aula de piano e uma idosa gostou do jeito que eu tocava, ela pediu para que eu ministrasse aulas para ela pela metade do preço que uma professora formada cobrava. Mesmo sabendo pouquíssima coisa de piano dei aulas para esta senhora. Além dela, sua filha se tornou minha aluna também.
Mas aos 14 anos precisei voltar para Curitiba e precisei dar um tempo para estes pequenos serviços.
Quando adolescente quer ganhar um dinheirinho por fora, não há nada que segure.
Luciana do Rocio Mallon
Nenhum comentário:
Postar um comentário