Lenda da Laís, a Cigana do Ghawazee
No século dezoito, havia uma cigana chamada Laís que viajava
com seu clã pelo Oriente. Numa manhã de primavera, estes ciganos armaram tendas
no Egito e esta jovem, com suas amigas, foram dançar nas ruas, com snujs e bufantes
ceroulas largas para ajudar nas despesas. Bailarinas como elas, na região, eram
apelidadas de ghawazees que significava ciganas mágicas.
Em 1798 Napoleão Bonaparte chegou com seu exército e viu a
Arte das ghawazees como algo negativo. Naquela mesma época, Laís se aproximou
de um acampamento militar de Napoleão e começou a ter um romance com um
soldado.
Porém reza a lenda que Bonaparte proibiu a dança e a presença
das ciganas nas ruas e nos acampamentos. Inclusive ele deu ordem para decapitar
as bailarinas que fossem vistas nestes lugares. Numa noite, Laís foi vista
saindo da barraca do seu amado. Na mesma hora, ela foi capturada, decapitada e
jogada no Nilo. Deste jeito seu namorado ficou procurando pelo corpo da
bailarina no rio. Até que achou a cabeça e o resto do corpo. Mas ao tentar
colar os dois, Laís criou vida e disse:
- Só voltarei à vida hoje. Pois depois você terá que jogar
minha cabeça e meu corpo no rio novamente. Porém se quiser me ver, outra vez,
precisará procurar as mesmas partes de mim, nas águas, para junta-las de novo.
Assim, sucessivamente, todos os dias.
Então todas as noites, o soldado procurava as partes da sua
amada e conseguia encontra-las. Deste jeito, Laís dançava para ele.
Numa noite ele contraiu tuberculose e sua amada explicou:
- Chegou a hora do meu corpo separado voltar ao rio e cumprir
outra missão. A partir de hoje minha meta será unir pedaços de bailarinas que
foram jogadas às águas para que elas voltem à vida. Pois só eu possuo este
poder.
Naquela madrugada Laís nadou e encontrou uma cabeça e o corpo
de uma dançarina assassinada. Desta maneira, ao juntar estas partes, a moça
voltou à vida.
Diz o mito que quando uma dançarina é decapitada e partes do
seu corpo são jogados em qualquer rio, o fantasma de Laís junta estes pedaços e
a jovem ressuscita.
Luciana do Rocio Mallon
Parabéns!
ResponderExcluirLegal essa imagem ilustrativa