quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Lenda de Laís, a Cigana do Ghawazee


Lenda da Laís, a Cigana do Ghawazee
No século dezoito, havia uma cigana chamada Laís que viajava com seu clã pelo Oriente. Numa manhã de primavera, estes ciganos armaram tendas no Egito e esta jovem, com suas amigas, foram dançar nas ruas, com snujs e bufantes ceroulas largas para ajudar nas despesas. Bailarinas como elas, na região, eram apelidadas de ghawazees que significava ciganas mágicas.
Em 1798 Napoleão Bonaparte chegou com seu exército e viu a Arte das ghawazees como algo negativo. Naquela mesma época, Laís se aproximou de um acampamento militar de Napoleão e começou a ter um romance com um soldado.
Porém reza a lenda que Bonaparte proibiu a dança e a presença das ciganas nas ruas e nos acampamentos. Inclusive ele deu ordem para decapitar as bailarinas que fossem vistas nestes lugares. Numa noite, Laís foi vista saindo da barraca do seu amado. Na mesma hora, ela foi capturada, decapitada e jogada no Nilo. Deste jeito seu namorado ficou procurando pelo corpo da bailarina no rio. Até que achou a cabeça e o resto do corpo. Mas ao tentar colar os dois, Laís criou vida e disse:
- Só voltarei à vida hoje. Pois depois você terá que jogar minha cabeça e meu corpo no rio novamente. Porém se quiser me ver, outra vez, precisará procurar as mesmas partes de mim, nas águas, para junta-las de novo. Assim, sucessivamente, todos os dias.
Então todas as noites, o soldado procurava as partes da sua amada e conseguia encontra-las. Deste jeito, Laís dançava para ele.
Numa noite ele contraiu tuberculose e sua amada explicou:
- Chegou a hora do meu corpo separado voltar ao rio e cumprir outra missão. A partir de hoje minha meta será unir pedaços de bailarinas que foram jogadas às águas para que elas voltem à vida. Pois só eu possuo este poder.
Naquela madrugada Laís nadou e encontrou uma cabeça e o corpo de uma dançarina assassinada. Desta maneira, ao juntar estas partes, a moça voltou à vida.
Diz o mito que quando uma dançarina é decapitada e partes do seu corpo são jogados em qualquer rio, o fantasma de Laís junta estes pedaços e a jovem ressuscita.
Luciana do Rocio Mallon





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