Lenda da Moça da Linha do Trem do Bairro Uberaba
Reza a lenda, que no século dezenove, no México,
existia uma moça com poderes sobrenaturais chamada Lupita que gostava de vestir
vermelho, orar pelas pessoas e passear pela linha do trem. Apesar de ser
humilde, sua família era muito rica.
Um certo dia, os pais de Lupita, obrigaram esta
donzela a se casar com o filho de um comerciante, que estava falido. Mas
ninguém sabia deste detalhe. Alguns dias depois o marido desta jovem, amarrou a
pobre na linha do trem e ela morreu atropelada. Quando a moça chegou ao céu,
São Pedro disse:
- Seu espírito voltará para a Terra com a intenção
de proteger as pessoas na linha do trem. Porém, para isto, você chamará para a
mesma missão, outras meninas que foram mortas em trilhos. Assim você será
conhecida como a Moça da Linha do Trem.
Deste jeito, a alma de Lupita voltou ao mundo,
chamando mais almas de mulheres que foram vítimas de trens para protegerem os
trilhos.
No final dos anos 70, havia uma mística chamada
Dodô. Esta moça foi morar num conjunto habitacional chamado Jardim Centauro, no
bairro Uberaba, da cidade de Curitiba. Como sua entidade preferida era a Moça
da Linha do Trem, Dodô saiu em busca destes trilhos e logo encontrou uma linha
do trem atrás do conjunto habitacional. Depois ela levou flores, perfumes e
velas para colocar nestes trilhos. Naquele instante o espírito de Lupita
apareceu:
- Obrigada pelos presentes!
- Pois preciso destas prendas para proteger as
pessoas que passam por aqui. Toda a entidade de linha do trem precisa de
presente. Pois se não ganhar agrados, ela some e deixa de proteger as pessoas
que passam pelo local.
- Tenho uma revelação: daqui a pouco teria uma
substituta aqui.
Naquela mesma época, morava no bairro Uberaba, uma
menina chamada Mara que vivia apanhando do seu padrasto. Um certo dia, ela
estava fugindo deste homem. Quando, de repente, passou pelos trilhos e o trem
pegou a pobre, que acabou falecendo. No mesmo instante Lupita falou para Mara
que ela iria substitui-la. Mas a sua força, para proteger as pessoas que passam
pela linha, viria das oferendas que as pessoas deixassem na linha do trem.
Durante muito tempo Dodô colocava prendas para Mara,
a nova entidade da linha do trem do Uberaba.
Um certo dia Rodrigo,
um morador do Jardim Centauro, estava brincando sozinho na linha do trem ,
quando de repente , ouviu uma voz :
- Boa –
tarde !
- Meu nome
é Mara !
- Quer
brincar , comigo ?
Então , o
garoto olhou para trás e viu uma garota morena vestida de vermelho . Assim ,
ele respondeu :
- Sim ,
quero brincar !
Deste
jeito , os dois começaram a brincar de pega - pega em cima da linha do trem .
Quando ,
de repente , soou um apito e a menina falou :
- O trem
está vindo !
- Saia
rápido da linha , para não morrer como eu morri !
Desta
maneira , Pedrinho saltou para fora da linha . Mas , ele notou que Mara
continuou parada e que o trem passou por cima dela .
Quando o
trem acabou de passar , o garoto foi ver se os pedaços do corpo da menina
estavam largados na linha e ele não achou nada .
Porém ,
ele escutou uma voz :
- Estou
aqui !
Ele olhou
para trás e viu que a menina estava inteira . Mas , naquele mesmo momento , ela
sumiu da sua frente .
Dona
Maria, outra moradora do Jardim Centauro, tinha problemas auditivos e sempre
costuma passar nesta linha do trem .
Um certo
dia , ela estava carregando compras pesadas em cima desta linha , quando de
repente , alguém a empurrou para fora dos trilhos e esta senhora acabou caindo
.
Assim ,
ela olhou para frente e viu uma menina morena vestida de vermelho .
Deste
jeito , ela xingou a garota :
- Sua mal
– educada !
- Por que
me empurrou ?!
Mas ,
após falar isto , esta senhora , viu um trem passando em alta velocidade .
Desta
maneira , ela se desculpou :
-
Desculpe !
- Agora
entendi , que você me empurrou para fora da linha , para me salvar .
Após
falar isto , a garota desapareceu na frente desta senhora . O problema é que em 2006, a paranormal Dodô faleceu e Mara, a nova moça
da linha do trem deixou de receber presentes. Por isto, a partir daquele ano,
acidentes e assassinatos começaram a ocorrer, de forma contínua, naquela linha
do trem. Reza a lenda que se alguém voltar a colocar oferendas nos trilhos, os assassinatos
e acidentes tendem a cessar.
Luciana do Rocio Mallon