quarta-feira, 22 de julho de 2015

Minha Pele é Seu Papel

Minha Pele é Seu Papel
                                            
Minha pele é seu papel em branco
Onde você desabafa seu segredo franco
Porém, em cada desesperado amasso
Ele não enruga, apenas vira abraço

Minha pele é uma folha bastante lisa
Seus dedos são coloridas canetas
Meu suor se evapora no carinho da brisa
Em suas frases proibidas e xeretas

O meu corpo inteiro é um caderno
Onde você traça linhas retas e azuis
Para escrever um poema terno e eterno
Vestindo-me com uma faixa de luz

Minha pele é uma misteriosa cartilha
Onde você corrige a lição do momento
Banhando os poros com sabonete de baunilha
E depois secando meu corpo ao vento!

Minha pele é seu papel em branco
Onde você  desabafa seu segredo franco
Porém, em cada desesperado amasso
Ele não enruga, apenas vira abraço.
Luciana do Rocio Mallon





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