Lendas dos
Fantasmas da Secretária da Mesa e da Noiva da Rua Riachuelo
Essa lenda
foi contada por um amigo que permitiu a postagem nas redes. Porém para
preservar sua identidade, irei chama-lo de Zeca.
Aqui em
Curitiba existe a Rua Riachuelo, que também é conhecida como a Rua dos Brechós.
Nos anos 90,
Zeca estava sem emprego e moradia. Então conseguiu um serviço de vendedor numa
loja de móveis usados e novos, que também era marcenaria aos fundos. O dono
deixou o rapaz morar no quarto dos fundos em troca que ele cuidasse da
segurança da loja à noite.
Na primeira
noite, Zeca estava sozinho na loja, quando, de repente, escutou um choro feminino.
Então avistou uma senhora, com roupas do século dezenove chorando numa mesa
colonial de escritório. Assim ele se aproximou:
- A loja
está fechada!
- Por que a
senhora está chorando?
- Posso
ajuda-la?
A mulher
olhou para ele e disse:
- Não quero que
vendam essa minha mesa de escritório. Pois trabalhei nela por mais de 40 anos.
Eu fui secretária de uma empresa, no final do século dezenove e morri
trabalhando nessa mesa. Não pude formar minha família porque meus pais eram
muito rígidos e eu faleci antes deles. Na realidade, a única atividade que eu
tinha era o trabalho.
Zeca,
achando que se tratava de uma brincadeira falou:
- Qual é o
seu nome e onde você está sepultada?
A mulher
disse:
- Elizabeth
e eu estou sepultada, no Cemitério São Francisco de Paula, ao lado do mausoléu
de uma família que teve empresas em Curitiba no século dezenove.
O rapaz fez
uma cara de rígido e gritou:
- Agora, por
favor, se retire senão chamarei a polícia!
De repente,
a idosa se evaporou.
No dia seguinte,
ele foi até o cemitério, localizou o mausoléu e viu que existia o túmulo de uma
Elizabeth ao lado e que a foto era da mesma moça que estava sentada na
escrivaninha.
Uma semana
depois, ele estava sem sono à noite e resolveu ficar na frente da loja para
observar os movimentos das boates.
De repente,
uma moça vestida de noiva veio em sua direção:
- Moço,
preciso fazer um pedido.
Zeca disse:
- Pode
falar!
A jovem
explicou:
- Esse
vestido de noiva é uma cópia de um traje que o brechó da esquina está vendendo.
Acontece que a peça dessa loja era para ser minha nos anos 50. Eu estava noiva
e casaria com o vestido dos meus sonhos. Mas no mesmo dia, minha rival roubou a
minha roupa e ainda por cima fugiu com meu noivo. No dia seguinte eu morri.
Porém como não fui enterrada vestida de noiva e nem de branco, as pessoas me
difamaram e me xingaram de vagabunda. Pois naquela época as virgens eram
enterradas vestidas de noiva ou de branco. Porém o vestido que está à venda no brechó
é meu e quero que deixe no meu túmulo.
O rapaz
perguntou:
- Qual seu
nome?
- Onde está
enterrada?
A moça
disse:
- Meu nome é
Ana e estou enterrada no Cemitério Muncipal perto das torneiras.
Dessa vez
Zeca não teve coragem de ir até o cemitério para verificar.
Uma semana
depois, uma viúva rica foi até a loja de móveis e se apaixonou por Zeca. Um mês
depois eles se casaram. Porém quinze dias depois, a viúva faleceu e Zeca teve
direito a sua herança, pois ela nunca teve filhos.
Assim ele
comprou a mesa de escritório e colocou em frente ao túmulo de Elizabeth. O moço
também comprou o vestido de noiva e colocou no túmulo de Ana.
Luciana do
Rocio Mallon
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