Lenda do
Homem Que Casou Com o Fantasma Emparedado
Meu nome é
Luciana do Rocio Mallon e sou pesquisadora de Lendas Urbanas.
Nos anos 90,
uma professora disse que seu tataravô se casou com um fantasma que existia
dentro da parede de uma fazenda.
Então ela me
autorizou a divulgar esse causo, em todas as mídias, apenas pediu para que eu
mudasse os nomes das pessoas:
No final do
século dezenove, com a abolição dos escravos, muitos imigrantes europeus vieram
para o Brasil trabalhar na lavoura.
Naquela
época, na Itália, existia um moço chamado, Francesco, que era descendente da
nobreza. Porém estava fugindo dos irmãos que desejavam sua morte por causa de
uma herança.
Então ele
deu um jeito de comprar uma passagem num dos navios que viria para o Brasil.
Assim esse
italiano e outros imigrantes foram levados a uma fazenda do interior de São
Paulo.
O dono da
fazenda, conhecido pelo apelido de Conde do Café, pediu para que os novos
funcionários fossem abrigados na antiga senzala que era um pouco distante do
casarão.
Mas ao
perceber que Francesco era de uma linhagem nobre, ele cedeu um quarto na mansão
para o rapaz e disse:
- Você tem
traços nobres e meu faro não falha. Por isso poderá dormir num quarto aqui do
casarão. A única condição é que não olhe para nenhuma das minhas filhas, senão
pode se considerar um homem morto.
O moço
aceitou a condição. Assim encontrou abrigo em um dos quatros, onde dormiu
encostado na parede.
Porém
naquela noite, ele ouviu uma discussão dentro do casarão, com as seguintes
palavras:
- Papai, não
direi o nome do pai do meu filho!
- Então terá
o fim da sua tia que cometeu o mesmo erro!
Na noite
seguinte, ele voltou a dormir encostado na parede. Mas teve a impressão que uma
mulher gritava por socorro de dentro da própria parede e que depois cantava uma
música.
Poucos dias
se passaram e Francesco comentou com o proprietário:
- Ás vezes
tenho a impressão de que existe alguém pedindo socorro por dentro da parede.
O fazendeiro
explicou:
- Reza a
lenda que existe o fantasma, da antiga proprietária, aprisionado na parede.
O rapaz
fingiu que aceitou, mas não engoliu essa história.
No dia
seguinte, a família do proprietário, junto com todos os funcionários, foram a
uma grande festa na igreja local que ficava a trinta quilômetros de distância.
Assim, para isso, usaram carroças.
Francesco
falou que não poderia ir porque estava com dor de cabeça.
Logo que todos
saíram da fazenda, o homem quebrou a parede do seu quarto e viu que existia o
corpo de uma moça. Porém ele colocou o ouvido no coração da jovem e percebeu
que estava viva.
Como todos
os cavalos tinham saído com as carroças, ele carregou a donzela em seus braços
pela estrada.
Assim
encontrou um acampamento cigano onde procurou ajuda.
O chefe do
clã disse:
- O caso
dessa moça é grave, mas temos uma cigana, Shuvani, que é uma espécie de
curandeira.
A Shuvani
levou a jovem a uma tenda. Depois conversou com Francesco:
- Ela estava
desitratada e quase entrando em inanição. Porém ela perdeu o filho que estava
esperando. Mas com os meus conhecimentos e minha fé em Santa Sara Kali, a moça
se recuperará.
Alguns dias
depois, Francesco entrou na tenda e a jovem disse:
- A Shuvani
contou que você me salvou e gostaria de agradece-lo. Meu pai, o Conde do Café,
me emparedou viva quando soube que eu estava grávida e não queria dizer o nome
do pai do filho que estava esperando.
Assim eles
seguiram com a caravana cigana. Mas ao chegar a uma cidade, que hoje é
conhecida como Curitiba, Francesco a e moça se casaram. Assim surgiu a família
da minha ex professora.
Luciana do
Rocio Mallon
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