Mãe, Meu
Nome Não Está na Lata de Coca
Ontem, eu
estava no mercado, onde tudo estava indo bem, até que escutei um garoto
chorando perto da seção de refrigerantes:
- Buá...
- Mãe, meu nome não está na lata de Coca-Cola!
Logo pensei:
- Na minha
época, as crianças se jogavam no chão quando os pais não podiam comprar algo
caro no mercado. Mas, hoje em dia, fazem escândalo só porque o nome não está na
latinha de uma bebida capitalista.
O pior é que
o menino berrava cada vez mais alto. Assim, me aproximei e perguntei,
fazendo-me de desentendida:
- Garoto,
por que você está chorando?
A criança
respondeu:
- Porque o
meu nome não está escrito na lata de Coca-Cola.
- Até os nomes
dos meus primos chatos existem neste refrigerante, menos o meu.
Logo
expliquei:
- Você não
deveria ligar para isto, pois Coca-Cola é um produto manipulado por esta
sociedade capitalista e consumista. Até o Papai-Noel, que não existe, foi
criado por esta marca de refrigerante.
Deste jeito
o pequeno perguntou:
- O que é um
produto manipulado pela sociedade capitalista?
Então
respondi:
- É um
produto de margem multinacional que usa poderes de mensagens subliminares para
que o povo possa consumi-lo cada vez mais. Por exemplo: a Coca-Cola resolveu
colocar nomes populares, de pessoas em suas latas, para dizer que nossa
sociedade trata os seres humanos como rótulos e as criaturas que compram este
produto aceitam isto.
- Criança,
qual é o seu nome, mesmo?
O menino
disse:
- Hilston.
- Chamo-me
Hilston porque minha mãe gostava da cantora Whitney Hislton. Pois se ela
tivesse uma menina ela se chamaria Whitney. Mas, se fosse menino seria Hilston.
Então como nasci homem...
Desta
maneira, comentei:
- Você
deveria se orgulhar de ter um nome diferente e bonito. Isto é sinal de que você
não é apenas mais uma palavra no rótulo de um refrigerante explorador das
massas.
Após isto, a
mãe pegou este garoto pela mão, foram ao caixa e começaram a cantar baixinho
uma música da Whitney Hilston na rua.
Luciana do
Rocio Mallon
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