Lenda da Cigana Malaguenha Salerosa
No final do século dezenove, uma caravana de ciganos armou
acampamento na cidade de Málaga, localizada em Andaluzia, no Sul da Espanha. Um
mês depois estes ciganos partiram. Mas no dia seguinte uma menina de um ano e
meio apareceu chorando no jardim de rosas, no meio da praça. Naquele mesmo
instante surgiu o boato de que aquele bebê tinha se perdido da caravana dos
ciganos. Então a criança foi levada para um orfanato que ficava dentro de um
convento. Lá, as freiras batizaram a menina de Rosa de Málaga, pois ela foi
encontrada no meio de um roseiral.
Com o passar o tempo, a garota mostrou-se ser uma ótima
dançarina, principalmente, do ritmo chamado Malaguenha. Naquele tempo, era
tradição que as meninas abandonadas nos orfanatos, que não conseguiram ser
adotadas, virassem freiras. Por isto, com Rosa não foi diferente. Porém, como
ela gostava de dançar, esta moça assumiu dupla personalidade: de dia era irmã
de caridade, mas de noite bailava Malaguenha nos bairros boêmios e turísticos
da cidade. A donzela sempre bailava com uma rosa no peito, onde pegava esta
flor com suas mãos e no final jogava a rosa para a platéia. A pessoa que pegava
esta flor sempre acabava tendo sorte no amor.
Numa certa noite de inverno, caiu uma fria tempestade e na
volta para casa, Rosa tomou esta chuva, dentro da carroça que ela mesma
dirigia. Assim adoeceu e morreu de pneumonia. Ao descobrirem as travessuras da
moça, as freiras negaram a sepultar seu corpo num túmulo normal. Por isto, a
dançarina foi enterrada debaixo do roseiral do convento, que ficava na frente
deste estabelecimento. Porém, mesmo assim, todas as noites Rosa saia do túmulo
para dançar a Malaguenha nos bairros turísticos.
Reza a lenda que os músicos mexicanos Elpidio Ramirez e
Pedro Galindo viajaram para Málaga. Lá eles avistaram num bar boêmio Rosa
dançando Malaguenha. Deste jeito, estes músicos ficaram tão encantados com a
dança, que resolveram seguir a moça. Porém, ficaram intrigados ao ver que a
jovem desapareceu no meio de um roseiral do convento mais famoso da cidade.
Mesmo assim, Rosa serviu de inspiração para que estes mexicanos escrevessem a
música chamada Malaguenha Salerosa.
Hoje, esta música tem quase cem anos e já foi gravada por vários
artistas como: Miguel, Aceves Mejía, Antonio Aguilar, Ramón Vargas, David
Zaizár, Banda Chingón, Júlio Iglesias, Perla, Plácido Domingos, Luís Miguel,
banda The Bambi Molesters, dupla Chitãozinho e Xororó e o grupo Maná pretende
regravá-la em breve. Reza a lenda que estas regravações vieram do desejo que
Rosa de Málaga tinha de nunca ser esquecida.
Luciana do Rocio Mallon
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