terça-feira, 18 de julho de 2017

Quando a Neblina Vira "Mé Blina"

Quando a Neblina Vira “Mé Blina”
Em Curitiba, no inverno de julho
A geada cobre a grama de branco
Com soberba e muito orgulho
Apesar de seu jeito franco e brando

Do quarto da minha janela
Não consigo dormir no frio
Porém uma paisagem bela
Forma-se apesar do arrepio

Tento contar lindas ovelhas
E tomar um chocolate quente
Mas no meu peito faltam centelhas
Para o clima ficar fremente e ardente

- Mé, mé, mé , mé, mé, mé, mé  
Eu só queria um carinhoso cafuné
Porém tento me esquentar com um café
E uma bolsa quente ao lado do meu pé

Então abro as leves cortinas
Assim vejo que as neblinas
Viram meigos e suaves carneiros
De encantos leves e verdadeiros

Deste jeito, a gelada neblina
Transforma-se em “mé blina”
Pois ela transforma-se em rebanho
Com um canto mágico e estranho

Que esquenta o meu espírito
Fazendo meu corpo adormecer
No cobertor do canto lírico
Até a chegar o amanhecer

A nuvem inconstante e incoerente
Transforma-se em ovelha inocente
O carneiro em forma de bruma
Não quer que a magia suma

Quando a cortina da neblina vira “mé blina”
A geada transforma-se em ovelha na esquina
Assim o cordeiro de Deus
Aquece os sonhos meus.
Luciana do Rocio Mallon






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