Na sala
existia um disco de vinil
Na cozinha
havia um prato com pintura
Os dois
tinham medo de Bom Bril
Porém se
olhavam com ternura
O prato era
delicado e profundo
Pois tinha
uma moça ao fundo
Pintada com
leveza e delicadeza
Parecia uma
princesa
O disco de
vinil se sentia um pulha
Pois era
casado com a agulha
Que riscava
seu corpo para sair um som
Porém, às
vezes a música saía do tom
O prato
namorava com a esponja
Que fingia
que era monja
Porque fazia
limpeza
Nas louças e
na mesa
O disco de
vinil era justo
Pois sempre
ouvia os dois lados
Lado A e
Lado B com busto
Com juízes e
advogados
Hoje, sua
alma de justiça tem sede
Pois o disco
virou relógio de parede
Já, o prato
recebia alimentos
Repletos de
sentimentos
Que
escorregavam pela pintura
Dando um
toque de gordura
Que virava
formosura
Hoje, o
prato está no brechó da candura
O amor entre
o disco de vinil
E o prato
decorado de porcelana
Ficou na
memória de um tempo que partiu
No espírito
de quem nunca se engana.
Luciana do
Rocio Mallon
#lucianadorociomallon
#poema #Poesia #Literatura
Nenhum comentário:
Postar um comentário