segunda-feira, 25 de abril de 2022

Os Lugares-Comuns e os Estereótipos de Contos e Novelas Que Mexem Com as Cabeças das Mulheres Durante Milênios

 

Os Lugares-Comuns e os Estereótipos de Contos e Novelas Que Mexem Com as Cabeças das Mulheres Durante Milênios

Esses dias recebi mensagens como:

- Tia Lu, faça um texto criticando os estereótipos machistas dos contos-de-fadas, das novelas e dos livros!

- Quero que você escreva um texto sobre as mensagens subliminares machistas das novelas e livros.

Minha resposta:

As Mitologias e contos-de-fadas foram criados, primeiramente, por homens com o principal objetivo de domesticar as mulheres. Porém, eles geralmente possuem personagens e enredos semelhantes e analisarei um por um:

1 - O Mito do Final Com o Casamento:

Os contos e novelas que terminam com o casamento surgiram com os tradicionais contos-de-fada.

Porém esses mesmos contos-de-fada possuem origem na Idade Antiga e por isso há elementos de várias mitologias misturados nos enredos deles. Porém o pior é o final: príncipes e princesas se casam no fim acompanhados com a famosa frase mentirosa:

“ E foram felizes para sempre...”

Historiadores e antropólogos já comprovaram que os enredos das mitologias e contos-de-fadas foram criados por homens com o objetivo de domesticar mulheres. Aliás, eles foram transcritos da Literatura Oral para a escrita por homens também, como exemplos: Irmãos Grimm e Perrault.

Como já foi citado, os contos-de-fadas foram criados e transcritos por homens com o objetivo principal de domesticar qualquer mulher.  

Sim!

Pois ela fica sonhando com o príncipe encantado e por isso não há razões para a donzela se rebelar. Pois sempre estará em seu castelo esperando o cavaleiro para ser salva.

 

2 – A Nerd de Oculos Que Se Torna uma Modelo Fatal:

Geralmente as novelas possuem uma personagem inteligente, tímida, que usa óculos e veste roupas humildes. Porém, nos últimos capítulos, a mesma moça muda o visual e se torna uma verdadeira Miss Universo com direito à repaginadas em salões de beleza e roupas da moda.

Essa jovem lembra a Cinderella que vira princesa no final.

A personagem inteligente e aparentemente feia, que se torna bonita no fim, faz o papel que o capitalismo gosta. Pois ele não quer mulheres pensantes e sim mulheres “comprantes”, que se preocupam com a beleza e o consumo.

 

3 – Gêmeos Com Personalidades Diferentes:

Esse mito existe até na Bíblia com a história de Isaú de Jacó.

Quem não se lembra de Paulina e Paola, da Ursupadora, ou de Rute e Raquel em Mulheres de Areia?

Gêmeos sempre mexeram com o inconsciente humano porque representam a dupla personalidade que existe em cada um de nós. Por isso o cérebro vibra quando vê personagens gêmeos em livros ou na TV.

 

4 – Bebês Trocados:

O mito do bebê, que é filho biológico de uma mãe, mas é criado praticamente a vida inteira por uma desconhecida mexe com a mente dos humanos desde a Idade da Pedra. Esse enredo existe desde a Mitologia Antiga até as novelas contemporâneas.

Atire a primeira pedra quem nunca falou:

- Acho que fui trocado na maternidade!

 

5 – Duas Mulheres Que Brigam Por Causa de um Macho Sem Graça:

Essa situação triste é descrita desde as Mitologias Gregas e Romanas.

Infelizmente, o objetivo desse enredo é fazer as mulheres brigarem entre elas e combater a sororidade.

 

6 – Amor da Adolescência Que Desaparece e Retorna 20 Anos Depois:

Geralmente toda a novela tem esse enredo. O livro brasileiro mais famoso com esses tipos de personagens é a Moreninha do autor Joaquim Manuel de Macedo, que também foi transformado em folhetim da Rede Globo no final dos anos 70 e a novela brasileira mais famosa com esse enredo é O Clone da autora Glória Peres.

 Na Idade Antiga era comum as mulheres ficarem noivas ainda na adolescência e os rapazes saírem para guerras que duravam anos. Então os homens com o objetivo de manter as noivas fiéis inventaram esse tipo de enredo. Assim a donzela escutava essa história e ficava esperando, por anos, seu cavaleiro voltar das batalhas.

Confesso que nunca gostei dos contos-de-fada, mas eu queria viver uma história de amor de adolescência, que viaja e volta, porém permanece eterno.

Pior que quase vivi um drama desses na vida real. Mas graças às deusas acordei agora aos 47 anos e desisti de um pretendente que conheci em 2002, sumiu em 2004 e voltou a falar comigo em 2021.

Conclusão: Romances e novelas se apoiam em estereótipos que estão no inconsciente dos seres humanos e, geralmente, esses lugares-comuns são machistas.

Portanto, mulheres, cuidado com as mídias!

Luciana do Rocio Mallon

#conto #novela #literatura

 


 

 

 

 

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