sábado, 3 de fevereiro de 2018

Poeta Don Juan Que Vende Rosas de Plástico e Bijuteria

Poeta Don Juan Que Vende Rosas de Plástico e Bijuteria
Minha suave e fresca brisa da manhã
Perdeu-se no peito de um poeta Don Juan
Que vende rosas de plástico e bijuteria
Com frases baratas camufladas de Poesia

Sua máscara é feita das asas de uma mariposa escura
Pois ele é um ladrão sadomasoquista de espíritos
Ele promete paixão, mas depois só deixa amargura
Algemada em postes que iluminam sonhos líricos

Sua língua vermelha, felpuda e indecente
Vira chicote nas costas da pobre donzela
Que acreditou numa promessa inocente
Em troca da sua pele pura, nobre e bela

Ele vende rosas de plásticos e bijuterias
Pois não sabe que o coração é uma joia rara
Ontem seus olhos destruíram um lar com negra magia
Se, hoje, corro atrás dele sem esperança e alegria
É porque não tenho vergonha na cara
Porque viciei em algema, corda e amarra

Ele escreve frases para qualquer moça
Dizendo: “Ela sofre, ela sente, ela é paz”
Um dia ele beijou meu rosto que virou louça
Debaixo de um firmamento misterioso e lilás

O Don Juan faz da mulher, uma boneca inflável
Que depois vira uma bailarina de caixa de música
Ontem, fui um brinquedo, isto é lamentável
Hoje sou uma dançarina numa canção lúcida

O Don Juan sem nenhum sentimento
Realiza cerimonial de casamento
Vendendo bombom e tirando fotografia
Mas cuidado com este Don Juan da Poesia.
Luciana do Rocio Mallon







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