O Dia Em que
o Papai Noel Foi Trocado Pelo Coelho da Páscoa
Em 1988, eu
morava no bairro Cabral, em Curitiba e naquela época era costume, das pessoas
mais tradicionais, fazer doces caseiros de Natal. Então uma vizinha, Milena,
pediu-me ajuda para elaborar guloseimas. Eu confessei que não sabia cozinhar,
porém ela disse que era só seguir a receita por escrito que se encontrava num
caderno antigo. Deste jeito fui até a cozinha da garota, ela me deu o caderno e
disse:
- Você fará
chocolates de Papai Noel, enquanto eu cozinho panetones.
Eu concordei
e a primeira coisa que vi na receita é que era para pegar várias formas médias
de Papai Noel. Assim abri o armário velho e vários moldes com diversos formatos
caíram: coração, balão de São João, laço, borboleta, sino, soldadinho, Coelho
da Páscoa e Papai Noel.
Como tenho
um pequeno atraso no desenvolvimento global cognitivo peguei a forma que achei
mais parecida com o bom velhinho e fui seguindo a receita. Misturei os ingredientes,
coloquei nos moldes, botei no forno e desliguei na hora que estava recomendada
no caderno.
Após o
esfriamento, peguei o papel decorado com estampa de Papai Noel e embrulhei os
chocolates.
No dia
seguinte, véspera de Natal, Milena me convidou para distribuir os doces às
crianças em sua casa. O primeiro pequeno que recebeu o bom velhinho de
chocolate foi Anderson, o irmão de Milena, de quatro anos de idade. Porém houve
um problema: quando este garoto desembrulhou a embalagem havia um chocolate em
forma de Coelho da Páscoa. Então ele me chamou e disse:
- Por que
isto aconteceu?
Deste jeito
tentei controlar a situação:
- Bem, eu
contarei um segredo:
Na verdade
Papai Noel, o Coelho da Páscoa e o Homem do Saco são as mesmas pessoas. No
fundo, eles se transformam de acordo com a época do ano. O coelhinho aparece em
abril, o bom velhinho em dezembro e o Homem do Saco todos os dias. Hoje o Papai
Noel se sentiu com espírito rápido e ágil de coelho por isto ele apareceu assim.
Inclusive, pegarei alguns doces para distribuir ao Homem do Saco que está lá
fora.
Naquele
instante dei alguns doces, para um mendigo que passava na rua e que me
agradeceu depois.
Luciana do
Rocio Mallon
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