Coloquei um
Pote da Água Para Animais de Rua e a Poesia Apareceu
Neste verão,
para não existir sede e nem mágoa
Coloquei um
humilde e simples pote cheio de água
Para os
pobres e abandonados animais de rua
Troquei a
água ao quente Sol e sob a luz da Lua
Coloquei o
pote, na calçada, debaixo do poste
Para não
atrapalhar o pedestre em sua passagem
Depois fiz
um doce pedido à estrela da sorte
E o poste
transformou-se em parte da paisagem
Então
apareceu um abandonado cachorro “guapeca”
Com a língua
de fora, cansado e todo sedento
Ele bebeu o
líquido e por isto ficou sapeca
Latindo,
alegremente, e refrescando-se ao vento!
Depois
surgiu um gato todo escuro
Que bebeu um
pouco da água do pote
Assim ele
pulou do outro lado do muro
Escondendo-se
no misterioso lote!
De repente chegou
um pássaro colorido
Que
confundiu o pote com uma lagoa
Assim de um
jeito ousado e atrevido
Tomou banho
lavando até a alma boa
Depois
apareceu uma moça
Com um
vestido velho de chita
Porém com
rosto de louça
E silhueta
esbelta e bonita
Seus cabelos
tinham uma guirlanda de flores
Em seu
corpo, havia nomes tatuados de amores
Ela pegou o
pote de uma forma louca
Levando logo
até sua carnuda boca
Depois
exclamou com toda a maestria:
- O meu
primeiro nome é Poesia!
Do mundo
inteiro, desejo ser amiga
Mas muitos
me tratam como mendiga
Um poeta é
um pote de água no deserto
Sou sua
fonte quando não há nada por perto
Porém quando
eu ando pelas ruas da cidade
Um pote da
água é motivo de felicidade
Tenho sede de
amor e bebo a harmonia
Afinal, meu
primeiro nome é Poesia
Este pote na
rua não é apenas para animais
Pois,
também, serve para seres de outros astrais.
Luciana do
Rocio Mallon
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