Como estamos num país
democrático, estou lançando a campanha O Papai Noel dos Correios Não Me Deu.
Quem me conhece pessoalmente sabe da minha luta.
Nos anos 80, eu morava num bairro pobre de Curitiba chamado Jardim Centauro. Mas desde que fui alfabetizada sempre gostei de escrever.
Em 1979, quando eu tinha 5 anos, vi que um menino escreveu uma cartinha para o Papai-Noel dos Correios. Como em 1980, com seis anos, eu já estava alfabetizada, resolvi escrever uma cartinha para o Bom Velhinho dos Correios pedindo um tênis para ir à escola. Já que eu estudava num colégio de freiras e elas eram exigentes. Mas, ele não veio.
Porém não desisti. Escrevi até os anos 90 pedindo coisas diferentes, como máquinas de escrever e cadernos porque eu sonhava em ser escritora. Mesmo assim não fui atendida. Fiquei até com raiva quando o Papai-Noel dos Correios deu um computador de ultima geração para um menino que só sonhava em ser jogador de futebol.
Até o ano 2005, notei que o Papai Noel dos Correios era muito machista porque só dava bicicletas e computadores para crianças do sexo masculino.
Uma vez eu recebi uma resposta do Bom Velhinho dos Correios, através de uma carta, dizendo para eu ter esperança. Porém, sem o meu presente, é claro.
Mas como ter esperança se este Papai Noel dá computadores para meninos que sonham em ser jogadores de futebol e nega presentes para garotas que querem ser escritoras ?
Tudo que eu queria eram minhas cartinhas de volta. Mas me falaram que os Correios levam as cartas das crianças para indústrias de recicláveis que fabricam papel higiênico. Não sei se isto é verdade, mas se for é muita falta de consideração com as palavras de crianças que sonharam em receber um presente e acreditaram nesta instituição: Os Correios.
Um papel despedaçado: é assim que fica meu coração todo o Natal.
#opapainoeldoscorreiosnãomedeu
Luciana Do Rocio Mallon
Quem me conhece pessoalmente sabe da minha luta.
Nos anos 80, eu morava num bairro pobre de Curitiba chamado Jardim Centauro. Mas desde que fui alfabetizada sempre gostei de escrever.
Em 1979, quando eu tinha 5 anos, vi que um menino escreveu uma cartinha para o Papai-Noel dos Correios. Como em 1980, com seis anos, eu já estava alfabetizada, resolvi escrever uma cartinha para o Bom Velhinho dos Correios pedindo um tênis para ir à escola. Já que eu estudava num colégio de freiras e elas eram exigentes. Mas, ele não veio.
Porém não desisti. Escrevi até os anos 90 pedindo coisas diferentes, como máquinas de escrever e cadernos porque eu sonhava em ser escritora. Mesmo assim não fui atendida. Fiquei até com raiva quando o Papai-Noel dos Correios deu um computador de ultima geração para um menino que só sonhava em ser jogador de futebol.
Até o ano 2005, notei que o Papai Noel dos Correios era muito machista porque só dava bicicletas e computadores para crianças do sexo masculino.
Uma vez eu recebi uma resposta do Bom Velhinho dos Correios, através de uma carta, dizendo para eu ter esperança. Porém, sem o meu presente, é claro.
Mas como ter esperança se este Papai Noel dá computadores para meninos que sonham em ser jogadores de futebol e nega presentes para garotas que querem ser escritoras ?
Tudo que eu queria eram minhas cartinhas de volta. Mas me falaram que os Correios levam as cartas das crianças para indústrias de recicláveis que fabricam papel higiênico. Não sei se isto é verdade, mas se for é muita falta de consideração com as palavras de crianças que sonharam em receber um presente e acreditaram nesta instituição: Os Correios.
Um papel despedaçado: é assim que fica meu coração todo o Natal.
#opapainoeldoscorreiosnãomedeu
Luciana Do Rocio Mallon