quarta-feira, 8 de abril de 2015

Flor da Pitaya

Flor da Pitaya
                            
Você é delicada flor da Pitaya
Do cacto na caatinga do deserto
Suas pétalas são os babados da saia
Que bailam no ritmo certo!
                                             
Você vive trancada em casa
No meio de toda a secura
Sonhando com o anjo de asa
Voando com paixão e ternura!
                                                              
Você só pode pisar os pés para fora
Somente num único baile formal
Com os lábios pintados de amora
Num vestido transparente e sensual!

Você é uma flor tímida e noturna
Que só se abre no real escuro
Atraindo a mariposa que sai da furna
Para esquecer um dia obscuro!

Quando chega a madruga, precisa se esconder
Por isto as pétalas fecham as janelas
Quase bem antes do amanhecer
Pois você é uma das raras donzelas
Proibidas de sentir prazer!

O dragão do deserto é seu algoz
Por isto você não pode ver Sol
Porém para o morcego veloz
Á noite, você vira um farol!

O “y” no seu nome é uma estaca
Para que você possa se levantar
Depois da chuva com resseca
Só para se alimentar do luar

Você é a suave flor da pitaya
Entre o morcego e a mariposa
Como a virgem de longa saia
Que nunca será uma esposa.
Luciana do Rocio Mallon






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