O Tigre, o Braço do Menino e a Culpa
Dias atrás uma notícia chocou o Brasil: um tigre, atrás das
grades de um zoológico no interior do Paraná, mordeu o braço de um menino de
onze anos de idade.
O garoto entrou no recinto proibido dos felinos, começou a
brincar com o animal e a acariciar esta mesma fera colocando o braço para
dentro da grade. Quando de repente, foi surpreendido pela mordida, fato que fez
com que o pobre tivesse o braço direito amputado. Testemunhas viram que
visitantes alertaram o pai do garoto sobre o perigo, mas ele não deu bola.
Logo, este fato tornou-se o assunto do momento. Tanto que ontem peguei o ônibus
e escutei a seguinte conversa entre os passageiros:
- A culpa foi do pai que negligenciou o filho, que é menor
de idade!
- O responsável é o zoológico porque este estabelecimento
público tem o dever de preservar a segurança das pessoas.
- Deveriam sacrificar o tigre que atacou o menino. Afinal,
animais que vivem em zoológico possuem a obrigação de serem amáveis.
- Os culpados são estes desenhos animados que mostram os
tigres como bichos dóceis, como nas histórias de: He-Man, Mogoli e as Crônicas
de Nárnia.
Naquele instante,
fiquei refletindo sobre aquela discussão deste jeito:
Bem, sacrificar o tigre seria um absurdo, pois ele é um animal
carnívoro por natureza que foi retirado da floresta e trancafiado à força num
zoológico pela vontade do homem.
Já, culpar os roteiristas de desenhos animados seria meio
patético. Mas, confesso que, várias vezes, sonhei em montar num tigre grande com
o He-Man fazia com o Gato Guerreiro. Porém mesmo tendo 11 anos naquela época,
mesma idade da vítima do tigre, eu tinha consciência da cilada de se aproximar
de um animal destes porque sempre tive diálogo familiar com relação a todos os
perigos da vida.
Luciana do Rocio Mallon
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